Comportamento de gerações molda demanda por imóveis
- Focco Comunicação
- 29 de jul.
- 2 min de leitura
Poder de investimento, lazer e praticidade são exigências que marcam a Geração Z

O comportamento de consumo no setor imobiliário reflete as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas vividas por cada geração. Com o aumento da expectativa de vida, a queda na natalidade e o crescimento acelerado do número de residências que, segundo dados da Harvard Joint Center for Housing Studies e do Business Insider, avança duas vezes mais rápido que o da população, o mercado passa por uma reconfiguração. A demanda por imóveis compactos, bem localizados e tecnológicos cresce, enquanto diferentes gerações manifestam necessidades distintas.
Geração Z: Conectada e estratégica
Nascidos a partir de 1997, os jovens da Geração Z são digitais, informados e exigentes. Para eles, a compra de um imóvel deve combinar praticidade e potencial de investimento.
A Geração Z valoriza imóveis que combinem localização estratégica, próximos a trabalho, lazer e serviços essenciais, com tecnologia integrada, como conectividade avançada e automação residencial. Além disso, exigem uma experiência digital fluida na jornada de compra, incluindo tours virtuais e processos desburocratizados, sempre com um olhar voltado para o retorno financeiro, seja por meio de aluguel ou da valorização futura do bem.
"Essa geração já chega ao mercado com uma mentalidade investidora, buscando segurança financeira e qualidade de vida urbana no entorno da residência", analisa Augusto Collaço, diretor da Copema Empreendimentos.
Millennials: Entre o sonho da casa própria e a realidade financeira
Os millennials (nascidos entre 1981 e 1995) são a geração mais impactada por crises econômicas, como a de 2008 e a recente pandemia. Apesar de buscarem estabilidade financeira e a conquista do imóvel próprio, quando decidem comprar, priorizam características que aliem praticidade e responsabilidade socioambiental.
“Por isso, demoram mais para comprar imóveis, preferem localizações estratégicas, produtos compactos e funcionais, e valorizam serviços integrados e soluções digitais. Para eles, o imóvel precisa fazer sentido na rotina e no estilo de vida — não basta só “ter” uma casa.”, comenta Collaço.
Baby Boomers: Segurança e Patrimônio
Os baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964) chegaram ao mercado imobiliário com vantagens distintas: maior poder aquisitivo e patrimônio já consolidado. Para essa geração, o imóvel representa mais do que moradia, é uma forma de diversificar investimentos.
Em suas escolhas, priorizam condomínios que ofereçam infraestrutura completa, com áreas de lazer, segurança reforçada e facilidades como serviços de saúde. Optam por construtoras que constroem empreendimentos em regiões já valorizadas e com histórico de estabilidade no mercado, demonstrando preferência por aplicações de longo prazo em vez de especulações imobiliárias arriscadas. Essa postura conservadora reflete sua busca por segurança e tranquilidade na fase pós-carreira.
Tendências que Cruzam Gerações
Independentemente da faixa etária, algumas demandas se destacam:
- Condomínios multifuncionais (com academias, espaços de trabalho compartilhado e serviços);
- Bairros completos e consolidados (comércio, serviços, lazer e saúde);
- Digitalização e atendimento exclusivo (desde a busca até a assinatura do contrato);
- Presença de marcas de autoridade e que representam alto padrão.
Com uma população mais longeva, famílias menores e maior individualização, o conceito de moradia evolui e o setor precisa acompanhar esse movimento para seguir relevante.
"Analisar o mercado e entender os comportamentos sociais é imprescindível para desenvolver projetos imobiliários alinhados às expectativas atuais e futuras", reforça Augusto Collaço. "Cada geração traz demandas específicas, e o sucesso está em adaptar-se a elas."

